sexta-feira, 30 de maio de 2008

Rebeca Recuero aborda o Second Life


O universo virtual e 3D do Second Life foi o tema da apresentação da jornalista formada pela UCPEL e mestranda em Comunicação pela Unisinos, Rebeca Recuero. Com o foco no capital social trocado no software, Rebeca explicou como esse elemento acontece no ambiente de rede. O ciberespaço proporcionou uma interação muito maior entre as pessoas, diminuindo as barreiras de antes. Por meio desse campo, se tem a segurança de não se expor, dá para acessar o Second Life (SL) e estar em casa jogado na cama de pijama que os outros internautas não irão saber.

O programa utiliza avatares, ou seja, uma representação gráfica utilizada no espaço virtual. Através dessas simulações, pode-se brincar de ser alguém. O curioso é que os avatares são sempre bonitos. As pessoas que utilizam o SL não se retratam feias. Rebeca confirmou: “No início, quando acessei o programa não sabia como funcionava direito, por isso, criei um avatar simples. Os outros já acostumados com as técnicas me achavam feia e não vinham falar comigo”.

O capital social não deixa de ser como os outros me vêem e como eu vejo os outros. É fácil constatar a importância com a aparência, que até mesmo no meio virtual pode gerar preconceitos. Essa foi uma das questões que Rebeca propôs para discussão. É difícil encontrar avatares que saem fora do padrão de beleza, são geralmente com magros, com corpos sarados e roupas provocantes. Quem interage no “jogo” procura agregar valor para o seu avatar, conseguindo fazer frente aos demais.

As empresas também se avivaram com esse novo mercado e logo já penetraram no site colocando seus produtos à venda. Operadoras de celular, como a Vivo e a Claro estão no SL, assim como a Volkswagen e outras. Precisa ter confiança no ambiente de rede para colocar sua empresa veiculada ao programa.

Rebeca explicou que o software não foi construído para ser um jogo. Vários usuários utilizam para esses fins, como os jogadores de RPG. Esse grupo joga entre si e possui avatares de dragões, vampiros, anjos, etc. Até mesmo lugares sombrios são criados no universo do Second Life para dar a ambientação necessária aos fanáticos pelo jogo de interpretação de papéis.

O software tornou possível a construção de identidades com bases em desejos. Rebeca comentou que em uma das entrevistas que fez, um usuário disse que sempre quis ter um cavalo e como mora em apartamento nunca pôde. Então, no SL esse indivíduo teve a oportunidade de criar um avatar próprio montado em um cavalo. Outras pessoas encontram no programa uma forma de lucrar. Isso através da moeda que circula no “jogo”, já depois dá para revertê-la em dinheiro real. Por isso, alguns escolhem ser prostitutas ou policiais.

Rebeca Recuero finalizou comentando se o Second Life não seria a forma do homem atual criar uma nova realidade e satisfazer o descontentamento com sua vida através de uma idealização do que gostaria de ser.

Depois da apresentação, a sessão foi aberta a questionamentos. Várias pessoas fizeram perguntas querendo saber mais sobre o assunto e discutir esse tema polêmico. Os 15 minutos para comentários excedeu e muito o tempo estipulado.

Confira abaixo um trecho da apresentação:



Gravação: Max Cirne
Narração e edição: Marcos Leivas

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